Um ponto no traço...

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    Coisas...
    quinta-feira, março 03, 2005


    No sorriso louco das mães batem as leves
    gotas de chuva. Nas amadas
    caras loucas batem e batem
    os dedos amarelos das candeias.Que balouçam. Que são puras.
    Gotas e candeias puras. E as mães
    aproximam-se soprando os dedos frios.
    Seu corpo move-se
    pelo meio dos ossos filiais, pelos tendões
    e orgãos mergulhados,
    e as calmas mães intrínsecas sentam-se
    nas cabeças filiais.
    Sentam-se, e estão ali num silêncio demorado e apressado,
    vendo tudo,
    e queimando as imagens, alimentando as imagens,
    enquanto o amor é cada vez mais forte.
    E bate-lhes nas caras, o amor leve.
    O amor feroz.
    E as mães são cada vez mais belas.
    Pensam os filhos que elas levitam.
    Flores violentas batem nas suas pálpebras.
    Elas respiram ao alto e em baixo. São
    silenciosas.
    E a sua cara está no meio das gotas particulares
    da chuva,
    em volta das candeias. No contínuo
    escorrer dos filhos.
    As mães são as mais altas coisas
    que os filhos criam, porque se colocam
    na combustão dos filhos, porque
    os filhos estão como invasores dentes-de-leão
    no terreno das mães.
    E as mães são poços de petróleo nas palavras dos filhos,
    e atiram-se, através deles, como jactos
    para fora da terra.
    E os filhos mergulham em escafandros no interior
    de muitas águas,
    e trazem as mães como polvos embrulhados nas mão
    se na agudeza de toda a sua vida.
    E o filho senta-se com a sua mãe à cabeceira da mesa,
    e através dele a mãe mexe aqui e ali,
    nas chávenas e nos garfos.
    E através da mãe o filho pensa
    que nenhuma morte é possível e as águas
    estão ligadas entre si
    por meio da mão dele que toca a cara louca
    da mãe que toca a mão pressentida do filho.
    E por dentro do amor, até somente ser possível
    amar tudo,
    e ser possível tudo ser reencontrado por dentro do amor.

    Herberto Helder


    Benjamim, quinta-feira, março 03, 2005


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